sábado, 7 de dezembro de 2013

Resenha: A Bússola de Ouro

Olá gentchy! Quanto tempo, hein???

Bom, a pedidos, resolvi colocar aqui no blog uma das resenhas que o pessoal da escola fizeram, e achei que ficaram muuuuuito boas. Em breve, farei resenhas de minha autoria, a bonitona aqui só precisa arranjar umas 10 horas a mais no dia HAHAHA. 
Bora lá?


              PULLMAN, Philip. A Bússola de Ouro - Fronteiras do Universo - Vol. 1. Rio de Janeiro : Objetiva, 2007.

                Philip Pullman é um escritor britânico renomado, autor de vários best sellers, incluindo a trilogia Fronteiras do Universo, da qual A Bússola de Ouro é o primeiro volume. Ganhou vários prêmios como: Carnegie Medal (1995), Guardian Prize (1996) e Astrid Lindgren Award (2005). Pullman também é ateu e seus trabalhos não têm uma repercursão positiva por grupos católicos pela forma como ele trata a Igreja na trilogia Fronteiras do Universo.



                Bússola de Ouro conta a história de Lyra Balecqua, uma garota de 12 anos muito aventureira, corajosa e, muitas vezes, petulante, que começa uma jornada na busca de seu amigo Roger, quando este desaparece junto com outras crianças da cidade de Oxford, por uma facção desconhecida.
                Durante sua jornada, Lyra conhece vários amigos e inimigos, que a ajudam ou atrapalham, e quando se chega em um ponto no livro, ela também passa a procurar Lord Asriel, o único parente que ela conhece desde que era criança. De pântanos até regiões árticas, Lyra conhece ursos polares guerreiros (o primeiro deles sendo Iorek Byrnison, que se torna um dos seus melhores amigos), feiticeiras, gípcios  (estrangeiros mercadores que vivem fazendo negócios em Oxford nos seus barcos), a Sra. Coulter (uma mulher muito inteligente e bonita que fascina Lyra num primeiro momento, mas que esconde segredos profundos sobre o passado da menina e as crianças desaparecidas), entre outros.
                O livro apresenta 23 capítulos e tem 365 páginas. Li esse livro em pouco tempo apesar do número de páginas. A leitura não é nada difícil e o mundo que é criado ao longo dos capítulos e as situações em que Lyra se encontra em grande parte deles, sempre deixam um pouquinho de quero mais. Isso acontece até no derradeiro final, que consegue ser surpreendente e fantástico, no "sentido literário" da palavra!
                Os cenários são baseados no mundo real, mas sempre apresentam coisas diferentes, principalmente culturais. Nesse mundo, a Igreja ainda é politicamente poderosa e isso é um ponto chave no enredo do livro. Há também diversas raças diferentes humanóides e animalescas. E por fim, mas muito importante, existem os dimons, parte da alma que se materializa fora do corpo na forma de uma animal desde quando uma pessoa nasce até sua morte. A conexão entre um humano e seu dimon é muito forte, e ele pode se tranformar em qualquer animal até o fim da infância de uma pessoa, depois disso assume uma forma definitiva, que representa a sua característica interna. Apenas humanos podem ter essa representação da alma fora do corpo, outras criaturas não, e se um dos dois morrer o outro também morre.
                Ao longo dessa resenha tentei ao máximo não dar spoilers (informações sobre o desenvolvimento do enredo) e vou fazer isso até o final. Mas preciso dar três informações sobre esse livro. Primeira: ele vem sendo muito criticado pela forma como aborda a Igreja, e devo dizer que acho isso uma bobagem, é uma história fantástica, de fantasia, não entendo como pessoas adultas conseguem se deixar levar por isso. A segunda: esse livro tem sido comparado com as Crônicas de Nárnia, a trilogia num todo na verdade, mas isso não é o que realmente acontece na estrutura literária dele, existem semelhanças, como: animais falantes, crianças heroínas e mundos além do nosso próprio, mas isso é tudo, e é algo que pode ser encontrado em qualquer conto de fadas e não só nas Crônicas de Nárnia. Alias, devo dizer que Philip fez um trabalho muito melhor no que diz respeito às raças e culturas do que Lewis.
                Por fim, devo dizer algo sobre esse livro e a literatura atual, e é sobre as mensagens. Acredito, fielmente, que toda a história tem um intenção, no mínimo uma moral, e todo capítulo num livro é a tentativa de se construir esse intenção ou ideia, que se torna concreto no final do livro com a última frase ou os últimos acontecimentos. E percebo que as pessoas, jovens e adultos, de hoje em dia não dão valor a isso, elas apenas recebem, recebem e recebem as informações e muitas vezes não pensam sobre o que aquilo fala, ou está tentando dizer num contexto geral. A interpretação do texto é algo que parece faltar, porque a compreensão é fácil de fazer, está tudo ali escrito preto no branco, mas a ideia por detrás daquilo: a inspiração do autor, suas motivações, sua mensagem (talvez muito importante pra ele), ideologia, não são captadas. E então um livro é ruim ou é bom, apenas porque o final não agradou ou porque existem alusões fortes demais ao que "não devia", como n'A Bússola de Ouro, um ótimo livro, bem executado, mas odiado porque sua ideia central, não foi percebida, apreciada, destacada do que o livro aparenta mostrar, e o fato de aparentar mostrar coisas parecidas com a de outro autor. Quase perdi a esperança quando comecei a ler este livro e me disseram: "Às vezes o autor só quer contar uma história.", e não duvido disso, é um fato inabálavel,  livro é isto: uma história. Mas se torna apenas uma casca sem conteúdo se não houver nada dentro, entre as linhas. E nesse livro, A Bússola de Ouro, Philip apenas começa a nos contar a jornada de Lyra para a sua maturidade, e para a nossa maturidade também! Fiquei muito feliz quando percebi essa mensagem no último capítulo, já nas páginas finais, após todo o clímax ter ocorrido e a decisão para salvar o mundo ser tomada na frase mais inocente e pura que eu já li alguém dizer: "Porque se eles (os adultos) acham que o Pó é ruim, ele deve ser bom."

Camael Gomes de Lima

São Vicente, 10/11/2013


Beijinhos da Giovennes :D
Até mais!

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